Carolina #2

É. Quero acreditar que as pessoas mudam, pelo menos hoje. Quero acreditar que não foste sempre assim, embora eu reveja textos de anos atrás e eles me digam o contrário. Embora eu sinta lágrimas já secas a cair de novo, e elas também me digam o contrário. Mas sim. Hoje quero acreditar que as pessoas mudam, porque não suporto a ideia de, bem visto, não termos tido nada verdadeiro, mas apenas sopros, sorrisos e conversas previsíveis. Tempos em que conversar contigo era fácil, porque uma dava a deixa certa à outra, como dois robots a fazer o seu trabalho. Quero acreditar que as pessoas mudam, porque o meu passado não pode ter sido vazio de coisas verdadeiras. Algo teve de existir, por favor. E, à medida que tudo avança, os castelos vão caindo e eu vou perguntando se alguma vez estiveram erguidos; somos todos robots? "Barcos que passam na noite e se nem saúdam nem conhecem". Esta ideia assusta-me tanto. Não sou um barco à deriva. Mas talvez eu afaste as pessoas, e as pessoas se afastem de mim. Mas elas mudam, não mudam?

*Carolina*

1 comentário:

Ana disse...

Para já esta é a minha bola de sabão preferida! É com aquela que me identifico mais.


Adorei este post, mesmo.

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