One more #7

Silêncios
que mesmo sem querer
não deixam de o ser:
silêncios.

Deixa-me corroer este silêncio e detestar-te agora, antes que eu perceba que és como eu e me deteste a mim também. Pára aí a cinco centímetros e não respires. Mas eu fecho os olhos e nada quer mudar. Continuas. Cala-te! Não implores nem com o olhar. Não implores ou eu desfaço-me em sins cobardes. Cobardes porque não tenho a coragem sequer de te não olhar. Cobardes porque não sou como tu, que vais e vens. Eu permaneço, mesmo em silêncio. Não! Não quero ouvir sorrisos felizes, nem cantar olhos brilhantes. Nem quero lembrar as certezas, embora incertas, de um tempo que já foi. Não quero que me digas o que ainda pode ser, se a seguir foges. Não fujas. Corrói este silêncio comigo, mesmo que não digas nada. Deixa-me olhar-te sem depois me chamar estúpida por ter dito que sim. Sempre.


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