One more #2

Era aquele banco de jardim. Sozinhos no silêncio, quase a chover.
Eu:
- Às vezes apetece-me gritar contigo.
- Gritar comigo como!?
- Não sei.
Sei. 
Mas não te quero dizer, porque até já tenho medo de perder aquele silêncio do jardim.
Mas quero gritar contigo porque para ti aquele silêncio é só um intervalo. Eu sou só um intervalo, até avistares alguém e me deixares sozinha mesmo sozinha, num silêncio mais aterrador. E ainda por cima quase a chover.
- Devias ter trazido um guarda-chuva.
- Não vai chover, querida. Eu sei, ouvi na rádio. Olha além o Sol a aparecer.
- Eu aposto que daqui a nada vai. - desviei o olhar e disse baixinho.
Mas tu não vais estar cá para ver, 'querido'. Nem para me confortar. És um guarda-chuva, mas não para mim. Estás num bengaleiro e leva-te quem quer.

de mais uma tua

2 comentários:

Wahine disse...

gosto bastante destes textos. Parabens :)

*

Anónimo disse...

Sabes, tenho um problema com este blogue: É viciante mas não consigo comentar.
Adoro chegar cansada ao computador, entrar e ler mais uma bola de sabão. Torna-se viciante. Mas quando chega a hora de comentar nunca sei o que escrever. É estranho porque enquanto leio, dou imagens às palavras e adiciono música às imagens. Mas depois não consigo comentar. Até já me passou pela cabeça fazer um vídeo com um dos teus textos, mas depois olho para o monte de livros ao meu lado e mudo de ideias... talvez um dia.
Até lá, continuo a passear por aqui.

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