Sobes as escadas, mas eu não estou ali. Nenhuma porta entreaberta anseia por me desvendar. Nenhum quarto fica mais cheio comigo lá. Não me vês sentada à janela, com as pernas a cair sobre o ar lá fora, à espera que me afagues o cabelo e que digas
-cheguei.
Nem sequer estou lá em baixo, encostada à árvore onde tu querias que eu estivesse. Estou ao lado, muito ao lado. Estou muito para lá de tudo. Vejo este itinerário nos teus olhos, a tua expressão desanimada a não me encontrar ali, mas sabes que não podia ser de outra maneira. Vejo-te a abrir a janela, a olhar o infinito que eu deixei longe, a quereres-me ali. Vejo-te a fazer pactos com a lua
-o brilho dos meus olhos a troco dela.
Vejo isto tudo e no entanto não posso olhar para trás.
*Carolina*
3 comentários:
às vezes, o mais correcto, é não olhar para trás...
olhar sempre em frente...
Não voltar ao sítio onde fomos felizes, dizem...
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