este banco hoje tira-me o ar aos poucos.
eu sentada e tu estavas ali, ombro no ombro não foi alucinação. seguravas-me, retinhas-me naquele banco e a certeza de que estavas ali fazia dissipar o meu nevoeiro interior. podia respirar, deixar tudo o que há em mim assentar no fundo de um erlenmeyer, porque no fim só restaria o que de mais puro e feliz reside em nós. podia fechar os olhos e instantaneamente sentir-me num dia de sol nada dúbio. depois nuvens. tu todo nuvens, e eu com aquela sensação com a qual às vezes acordamos sobressaltados à noite porque achamos que estamos a cair. tu nevoeiro imaterial, que não me sustém de todo. ficaram olhos abertos fixos num ponto abstracto no meio do nevoeiro. a pele ainda a sentir o teu ombro a esfumar-se. o coração ainda a sentir a desilusão a percorrer-lhe as válvulas. e eu? eu deitada agora, numa posição desconfortável. eu sozinha, afinal.
de mais uma tua
#5 letter to your dreams
2 comentários:
Lindo!
Oh Meu Deus :')
Enviar um comentário