vou construindo catedrais nos descampados que deixaste para trás, para passar o tempo. não que alguma vez voltes para as percorrer comigo. são só para eu depois lhes tirar fotografias, escrever a data a um canto, talvez entre asteriscos, e pendurar na primeira parede corroída pelo tempo que eu encontrar quando voltar a sair à rua. talvez nessa altura as catedrais estejam na moda, e eu já possa, sem mais nem menos, desfazer-me delas como uma onda derrubou os nossos castelos de areia, por serem tão triviais. desfazer-me delas sem que alguém note.
desfazer-me de ti sem que já eu própria note.
desfazer-me de ti sem que já eu própria note.
S.
2 comentários:
a erosão também corrói o coração, sabes? até que nada sobre senão ruínas e destroços longínquos
Era só isso que eu queria. Desfazer-me dele sem que eu própria o notasse. Só assim, puff! e pronto, já estava. Era bom, não era? Pois.
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