I'll never be the one, estúpida estúpida estúpida. Era o que murmurava para mim mesma quando te levantaste para me ir comprar um gelado, e nem me deixaste escolher. Oh. Para que é que eu continuava a estar ali? E a sorrir, cada vez que dizias alguma coisa? Para quê? Para cada brilho nos meus olhos derreter e viajar pela minha cara quando chegasse a casa? Quando caísse em mim? Quando percebesse que tu és para mim o que eu nunca serei para ti? Mesmo que me compres gelados, e que certos dias chegues mais cedo. Este "nunca" parte-me, não só o coração. Esfarrapa-me toda, como papel queimado em cinzas. Alaga-me, como dique que não contém mais dor. Sou a Holanda debaixo de água, não por causa de ti. Por causa de mim. Eu desiludo-me sozinha. E logo a seguir me iludo, porque eu sou mesmo assim.
E agora tu chegaste com o meu gelado preferido.
de mais uma tua
3 comentários:
"Para que é que eu continuava a estar ali?"
Oh Meu Deus, tão verdade. Gostei tanto, tanto, como sempre!
É impressionante como escreves tão bem :)
se eu não conhecesse o sentimento que predomina neste texto, seria muito melhor. quando sabemos que estamos a remar contra a maré ou mesmo em direcções diferentes e continuamos insistentemente a iludirmo-nos.
às vezes é mesmo de chegar ao ponto de perguntar, 'de quem é a culpa?'
nossa, muitas vezes, nós é que somos parvas.
Tens uma escrita que comove as pessoas. Não devo ter sido nem o primeiro, nem deverei ser o último a afirmar tal facto! Eu comecei por seguir o teu blog, porque o RP pediu-me, para ficarem ambos com 40 seguidores, mas rapidamente conseguiste fazer com que me fixasse na leitura do que grafas e que fizesse sentido a 100% seguir o teu blog!
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