I knew you could see right through me.

Tu não és um estranho, nunca me interpretes mal. Quanto muito, és um "estranho". Um estranho assim-assim, vá. Ou não, talvez sejas mesmo um estranho. À medida que ia contornando esta definição, porque me pareceu sinceramente rude ao início chamar-te estranho, fui-me apercebendo que realmente não vale a pena fugir às evidências. Mesmo evitando a filosofia deprimente de que somos todos estranhos uns para os outros, é-me difícil negar o que em dias de sol me parece impossível. Não sei o teu nome, nem a tua idade, nem onde moras. Se deixares de gostar das torradas daqui, não sei onde te encontrar. Claro que sou capaz de saber de cor toda a roupa que tens em casa, de todas as estações. Mas de que serve isso? Sei também como abres um pacote de açúcar - milimetricamente falando. Mas de que serve isso? E sei ainda a distância dos teus passos, sei quando eles significam que estás triste, ou feliz. Mas de que serve isso?
- de nada
Tens razão. De nada. És um estranho, apenas. Mas um estranho que eu conheço muito bem.

I.W. @

#6 letter to a stranger

17 comentários:

joaquim luís disse...

Gostei, não desiludes :D
Quero mesmo ver as outras 28 ^^


(respondi lá no meu blogue à tua pergunta :P)

**

Anónimo disse...

gostei, achei lindo mesmo!

Miguel disse...

Obrigado! estou mesmo com fome aha :)

Sofia disse...

"Sei também como abres um pacote de açúcar - milimetricamente falando."
Que fofo... :)

PR" disse...

Está tão, tão bom! :)

Dupé disse...

Não sabes o geral, mas sabes o específico. Não sabes o nome, mas sabes o modo de ele abrir o pacote de açúcar. Não sabes onde ele mora, mas sabes quie ele gosta das torradas "daquele" sítio.

Se o específico é sol, fácil é desenovear (limpar) o geral.

A I.W., por ser invisível, consegue ter uma omnipresença que afecta todos, inclusive ele. Desta forma... Ao contornares a definição sabes que o estranho que estranho é, continuará estranho para ti, mas com uma informação aqui e acolá que, num futuro, próximo ou não, dará para identificares o termno estranho com algo identificável e visível :)

Adorei o texto!

Ana disse...

Está...

... perfeito, perfeito. Milimetricamente falando!

Joana ' disse...

Perfeita esta carta, para esse «estranho», que de estranho, já tem pouco.

Dupé disse...

Nop. A história ainda não vai acabar nos próximos capítulos, se tal aocntecer, algo de muito grave se passou e não quero que tal aconteça.

De facto, sem Carlos a história, para mim não tem sentido. Veremos o que a minha caixinha cinzenta diz nas próximas vezes que grafar algo :).

Em relação aos comentários neste blog, não é necessário agradeceres, porque faço-os com gosto e sem dúvida que o que grafas é sentido e o que é sentido, pode ser mutas vezes, a realidade, mesmo que não seja assumida.

Cynthia Brito disse...

amei o blogue. to seguindo. bjs ;*

izzie disse...

Perfeito :)

Beijinho,

joaquim luís disse...

http://www.youtube.com/watch?v=G0vlp95lfbM

(não sei se conheces esta música mas eu acho que se adequa à Invisible Woman, de certo modo eheh. Espero que gostes.. eu pessoalmente gosto mais desta versão acústica :P)

joaquim luís disse...

gosto muito da «When the Sun Goes Down», «Fluorescent Adolescent», «Old Yellow Bricks», e muitas mais... :P

(desculpa encher-te isto de comentários :$...:/...lol)

joaquim luís disse...

mas tu comigo estás à vontade para mandar comentários, agora o contrário já não sei... :P eheh

(não querendo abusar da sorte, mas como vamos ser vizinhos e tal xD, dás-me o teu mail? sempre era mais pessoal que à partida se conhecia... lol)

A Maria dos rascunhos disse...

Excelente!
Adoro a tua escrita :)

Dan disse...

"Um estranho que eu conheço muito bem" gosto muito dessa passagem :)

Bom fim-de-semana para ti também ^^

(o Dean é uma personagem e tanto sim :p)

Beto disse...

Simply perfect....

Invisible Woman (55) Alice (49) One more (49) Carolina (37) S. (33) Amy (19) Dee Moon (7)