Tu não és um estranho, nunca me interpretes mal. Quanto muito, és um "estranho". Um estranho assim-assim, vá. Ou não, talvez sejas mesmo um estranho. À medida que ia contornando esta definição, porque me pareceu sinceramente rude ao início chamar-te estranho, fui-me apercebendo que realmente não vale a pena fugir às evidências. Mesmo evitando a filosofia deprimente de que somos todos estranhos uns para os outros, é-me difícil negar o que em dias de sol me parece impossível. Não sei o teu nome, nem a tua idade, nem onde moras. Se deixares de gostar das torradas daqui, não sei onde te encontrar. Claro que sou capaz de saber de cor toda a roupa que tens em casa, de todas as estações. Mas de que serve isso? Sei também como abres um pacote de açúcar - milimetricamente falando. Mas de que serve isso? E sei ainda a distância dos teus passos, sei quando eles significam que estás triste, ou feliz. Mas de que serve isso?
- de nada
Tens razão. De nada. És um estranho, apenas. Mas um estranho que eu conheço muito bem.
I.W. @
#6 letter to a stranger
17 comentários:
Gostei, não desiludes :D
Quero mesmo ver as outras 28 ^^
(respondi lá no meu blogue à tua pergunta :P)
**
gostei, achei lindo mesmo!
Obrigado! estou mesmo com fome aha :)
"Sei também como abres um pacote de açúcar - milimetricamente falando."
Que fofo... :)
Está tão, tão bom! :)
Não sabes o geral, mas sabes o específico. Não sabes o nome, mas sabes o modo de ele abrir o pacote de açúcar. Não sabes onde ele mora, mas sabes quie ele gosta das torradas "daquele" sítio.
Se o específico é sol, fácil é desenovear (limpar) o geral.
A I.W., por ser invisível, consegue ter uma omnipresença que afecta todos, inclusive ele. Desta forma... Ao contornares a definição sabes que o estranho que estranho é, continuará estranho para ti, mas com uma informação aqui e acolá que, num futuro, próximo ou não, dará para identificares o termno estranho com algo identificável e visível :)
Adorei o texto!
Está...
... perfeito, perfeito. Milimetricamente falando!
Perfeita esta carta, para esse «estranho», que de estranho, já tem pouco.
Nop. A história ainda não vai acabar nos próximos capítulos, se tal aocntecer, algo de muito grave se passou e não quero que tal aconteça.
De facto, sem Carlos a história, para mim não tem sentido. Veremos o que a minha caixinha cinzenta diz nas próximas vezes que grafar algo :).
Em relação aos comentários neste blog, não é necessário agradeceres, porque faço-os com gosto e sem dúvida que o que grafas é sentido e o que é sentido, pode ser mutas vezes, a realidade, mesmo que não seja assumida.
amei o blogue. to seguindo. bjs ;*
Perfeito :)
Beijinho,
http://www.youtube.com/watch?v=G0vlp95lfbM
(não sei se conheces esta música mas eu acho que se adequa à Invisible Woman, de certo modo eheh. Espero que gostes.. eu pessoalmente gosto mais desta versão acústica :P)
gosto muito da «When the Sun Goes Down», «Fluorescent Adolescent», «Old Yellow Bricks», e muitas mais... :P
(desculpa encher-te isto de comentários :$...:/...lol)
mas tu comigo estás à vontade para mandar comentários, agora o contrário já não sei... :P eheh
(não querendo abusar da sorte, mas como vamos ser vizinhos e tal xD, dás-me o teu mail? sempre era mais pessoal que à partida se conhecia... lol)
Excelente!
Adoro a tua escrita :)
"Um estranho que eu conheço muito bem" gosto muito dessa passagem :)
Bom fim-de-semana para ti também ^^
(o Dean é uma personagem e tanto sim :p)
Simply perfect....
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